Ter o CPF clonado e usado indevidamente para fazer compras e
financiamentos gera uma dor de cabeça enorme para os
consumidores. A administradora Adriana Gonçalves Menezes foi
uma das que caíram recentemente no golpe e, há três meses, tenta
resolver os problemas causados pelos estelionatários.
Dívidas em
sete financeiras diferentes, que chegam a R$ 6 mil, além da
habilitação de linhas telefônicas, fizeram seu nome constar na
lista de proteção ao crédito, Serasa e SPC, mesmo depois de ela
registrar boletim de ocorrência, recorrer ao Procon e relatar o
problema às instituições. “Não sei mais o que fazer para resolver
essa pendência. Nunca tive meu nome negativado e nunca fiz
cartões nessas financeiras, mas os boletos não param de chegar à
minha casa”, lamenta.
Adriana afirma que não sabe ainda como o número de seu CPF e
até seu endereço pessoal foram parar nas mãos dos
estelionatários, já que ela não perdeu e nem teve os documentos
roubados. A suspeita, segundo ela, é que os dados tenham sido
roubados a partir de uma transação que ela fez pela internet ou
até mesmo que tenham sido vendidos por funcionários de
empresas que tenham acesso a esse tipo de dados. Sem uma
solução há três meses, mesmo com todos os documentos que
comprovam a fraude em mãos, o próximo passo da
administradora é entrar com uma ação na Justiça contra as
financeiras, que já foram comunicadas do erro, mas que insistem
em manter seu nome no cadastro de inadimplentes, pedindo
indenização por danos morais.
Esse tipo de golpe, segundo a coordenadora do Procon de Belo Horizonte, Maria Lúcia Scarpelli, é cada vez mais comum no
país, em consequência, também, do aumento do número de transações feitas pela internet. Em 2013, foram registradas
aproximadamente 65 mil notificações de fraude financeira bancária, segundo o Centro de Estudos, Resposta e Tratamento
de Incidentes de Segurança no Brasil (Cert). De acordo com pesquisa da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o
número de transações financeiras por meios eletrônicos cresce a cada ano. Somente em 2013, as transações feitas por meio
do internet banking representaram 41% dos total de transações do mercado, consolidando-se como o canal mais
representativo. As transações em mobile banking (celular) registraram um crescimento de 270% ao ano, em média, no
período de 2009 a 2013.
PASSO A PASSO
A Proteste Associação de Consumidores instrui que o primeiro passo que a vítima de fraude deve dar é
avisar à instituição financeira sobra a movimentação indevida e, em seguida, registrar um boletim de ocorrência. A advogada da Proteste, Tatiana Viola Queiroz afirma que, em casos como o de Adriana, o cidadão é amparado pelo Código de
Defesa do Consumidor (CDC), que assegura a proteção contra riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos
e serviços consideradas perigosas. “Ele pode contestar as dívidas e não pagar os valores indevidos”, orienta.
Tatiana explica
que, caso a financeira não aceite a contestação, o consumidor pode registrar a reclamação no Procon ou ajuizar ação na
Justiça, pedindo reparação por danos morais, principalmente quando o nome é incluído em cadastro negativo de crédito
indevidamente.
Para se previnir de golpes como a clonagem de dados, a exemplo do que aconteceu com Adriana, a Febraban recomenda
que os consumidores que realizam transações pela internet não abram ou executem arquivos que cheguem por e-mails que
usam indevidamente o nome e a marca de instituições financeiras para enganar os clientes. Segundo a instituição, não faz
parte da política de bancos ou financeiras enviar e-mails com links que redirecionam os consumidores para outras páginas.
A coordenadora do Procon BH também alerta sobre os cuidados na hora de fazer transações pela internet, como conferir o
certificado de segurança emitido por uma empresa autorizada, checar se a página é conhecida pelo público em geral e se
possui telefone e endereço para contato, assim como boa reputação. Outro cuidado importante é não deixar de usar o
antivírus e o firewall.
FIQUE DE OLHO
Confira dicas para utilizar a internet em transações bancárias seguras:
1) Mantenha antivírus atualizados instalados no computador que utilizar para ter acesso aos serviços bancários;
2) Troque a sua senha de acesso ao banco na Internet periodicamente;
3) Só utilize equipamento efetivamente confiável. Não realize operações em equipamentos públicos ou que não tenham
programas antivírus atualizados, nem em equipamento
que não conheça;
4) Não execute aplicações nem abra arquivos de origem desconhecida. Eles podem conter vírus ocultos para o usuário e que
permitem a ação de fraudadores sobre sua conta;
5) Cuidado com e-mails não solicitados ou de procedência desconhecida, especialmente se tiverem arquivos anexados;
6) Quando for efetuar pagamentos ou realizar outras operações financeiras, você pode certificar-se de que está no site
desejado, seja do banco ou outro qualquer,"clicando" sobre o cadeado e/ou a chave de segurança que aparece quando se
entra na área de segurança do site;
7) Acompanhe sempre os lançamentos em sua conta corrente. Caso constate qualquer crédito ou débito irregular, entre
imediatamente em contato com o banco.
Fonte: Postado por EM.com.be, em 08/09/2014 06:00 / atualizado em 08/09/2014 07:50, por Francelle Marzano
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