Não pode constranger
A coordenadora institucional da Pro Teste - Associação de Consumidores, Maria Inês Dolci, explica que esse tipo de cobrança só é válido se for autorizado previamente pelo consumidor. No caso do fax, por exemplo, outras pessoas podem ter acesso à cobrança em nome de um colega de trabalho, colocando o inadimplente em situação vexatória.
“Qualquer situação que coloque a pessoa com dívidas atrasadas em constrangimento torna a prática da cobrança abusiva”, explicou Maria Inês.
“Uma cobrança por correspondência tem aviso de recebimento, enquanto por telefone há a gravaçãda ligação para comprovar que está falando com o cliente. Então, é preciso ter certeza de que o consumidor foi avisado de que receberia a cobrança por aquele meio, até para não confundir um e-mail com um golpe, não dar a devida importância à cobrança e acabar sendo prejudicado”, completou.
O gerente da unidade de comunicação digital da CMA, Narciso Souza, explica que o envio de cobranças por meios digitais se dá utilizando os dados - telefone e e-mail - informados pelo consumidor em seu cadastro no banco ou na loja na qual está em dívida. Já o envio da cobrança é feito apenas após realizada a negociação entre o call center da empresa de cobrança e o consumidor inadimplente.
“Eles dois estabelecem uma negociação, e pessoas em processo de inadimplência finalizam dizendo de qual maneira ele pode pagar e, depois disso, ele decide como quer receber o boleto – um SMS no celular com o código bancário, um boleto por fax ou e-mail - e qual é o número e o endereço eletrônico. Não é uma ação vazia, uma mensagem enviada ao cliente sem que ele seja requisitado”, disse Souza.
O executivo lembra que já houve ocasiões em que clientes pensaram que o e-mail de cobrança se tratava de um spam (e-mail fraudulento). Neste caso, segundo ele, a empresa tinha a negociação feita por telefone gravada e o cliente se “lembrou” de que deveria aguardar o envio do e-mail.
Consumidor avisado
“Tanto a empresa quanto nós que enviamos o e-mail deixamos evidenciado no corpo do texto quem é a empresa que está fazendo a cobrança. Colocamos os dados do cliente, o domínio da empresa está no endereço de e-mail do remetente e o telefone de contato para tirar eventuais dúvidas”, disse Souza.
Ele alerta ainda que, quando um e-mail é malicioso, não há dados sobre o consumidor, os telefones são falsos e o remetente possui endereço estranho, com domínio duvidoso. “Mas as ocasiões de má interpretação das cobranças eletrônicas são raros, pois o consumidor já está avisado e aguardando o envio”, finalizou.
Por: Evelin Ribeiro
10/08/10 - 09h28
InfoMoney
0 comentários:
Postar um comentário